Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Passe rodoviário ‘M Oeste’ permite a partir de hoje viajar para Lisboa a 40 euros por mês e gratuitamente entre os 12 concelhos

passe m

A OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste decidiu criar o passe ‘M Oeste’ para os utentes dos transportes públicos rodoviários que entrou em vigor neste primeiro dia do ano. A grande novidade é que permite ao utilizador viajar gratuitamente entre os 12 concelhos: Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço. Até agora o custo do passe mensal podia ir até 40 euros. O mesmo se vai aplicar às viagens dentro de cada município, em que o tarifário do passe estava nos 30 euros mensais.

O passe ‘M Oeste’ reduzi também o custo do passe mensal para 40 euros nas viagens de transporte público rodoviário entre o Oeste e Lisboa, o mesmo preço que é praticado para os residentes nos concelhios da Área Metropolitana de Lisboa. Tem ainda a vantagem de poder ser utilizado nos transportes urbanos na capital sem custos adicionais. Até agora este passe custava 70 euros para os utentes com origem e/ou destino nos municípios de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, e 80 euros para os utentes de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos e Peniche.

A OesteCIM informou que os passes inter-regionais continuarão gratuitos para os jovens até aos 23 anos e os utentes com mais de 65 anos terão um desconto adicional, que não foi ainda revelado.

Tem direito gratuito ao passe todos os residentes nos 12 municípios que integram a OesteCIM e utentes que, apesar de não residirem no Oeste, trabalham ou estudam na nossa região. Vai existir um período transitório para aplicação do Passe M, de acordo como algumas condições: para o Passe Municipal e Intermunicipal, a partir deste mês todos os portadores de títulos de transporte que já possuem um Passe Municipal ou Intermunicipal, terão os seus passes automaticamente migrados para o Passe M; quanto ao Passe Inter-Regional com Área Metropolitana de Lisboa, todos os portadores tem já redução tarifária e a passagem automática para o Passe M - LX ocorrerá a partir de Fevereiro de 2025; todos os portadores de títulos de transporte que já possuem um Passe Inter-Regional com outras CIM’s terão redução tarifária, mantendo as condições de utilização actuais.

O Oeste torna-se assim na primeira região do país a implementar a gratuitidade dos transportes no modelo intermunicipal, ficando de fora o modo ferroviário, através da Linha do Oeste. “É algo que nos orgulha mas é apenas mais um passo no rumo traçado há muito tempo de colocar a sustentabilidade no centro de todas as nossas políticas públicas”, frisa na ocasião o presidente do Conselho Intermunicipal, o edil alenquerense Pedro Folgado.

Aliás, este é um processo que teve início em 2019. Há seis anos, o passe mensal mensal rodoviário para Lisboa custava 183,15 euros, sendo que a descida para 40 euros é o mesmo, por exemplo, que paga um utente que viaja de Cascais ou Almada para a capital. “É uma enorme poupança para as famílias”, destaca, por sua vez, o secretário-executivo Paulo Simões, num comunicado enviado ao ALVORADA. Este valor é também o cobrado para as viagens com as regiões de Leiria (Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria) e Santarém (Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo). “Tornar a mobilidade universal e tendencialmente gratuita é uma garantia de justiça e coesão social porque permite oportunidades iguais para todos”, acrescenta o responsável, realçando ainda o compromisso dos autarcas “na promoção da tão necessária e urgente descarbonização”.

A OesteCIM informa ainda que se trata de um investimento superior a 12 milhões de euros, dos quais 3 milhões são destinados a assegurar a gratuidade do passe. Conta também com uma maior comparticipação financeira do Fundo Ambiental, do Ministério do Ambiente, através do PART - Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos. O Orçamento de Estado para 2025 veio responder aos anseios dos autarcas do Oeste, que este ano reuniram também com esse objectivo com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.

O PART entrou em vigor em 2019 e este programa visa atrair passageiros para o transporte público, apoiando as Autoridades de Transporte com uma verba anual que lhes permita operar “um criterioso ajustamento tarifário e da oferta”. O problema é que o crescimento do número de utentes, sobretudo do modo rodoviário, não foi acompanhado com um crescimento da oferta de carreiras e lugares à altura da procura.

Texto: ALVORADA
Fotografia: Direitos Reservados (arquivo)