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Museóloga Aida Rechena continua como directora do Museu Nacional Resistência e Liberdade em Peniche

aida rechena museu peniche 2024

A museóloga Aida Rechena vai continuar à frente do Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, até 2027, anunciou esta tarde a empresa Museus e Monumentos de Portugal, tutelada pelo Ministério da Cultura, uma escolha que resulta de um concurso internacional. Ocupando o cargo em Peniche desde 2021, anteriormente liderou o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, o Museu da Guarda e o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado. Aida Rechena é licenciada em História, com doutoramento em Museologia, “tendo como principais linhas de investigação a sociomuseologia, a teoria museológica e a museologia de género”. Preside actualmente ao Movimento Internacional para uma Nova Museologia (MINOM-Portugal) e é membro da delegação portuguesa da International Holocaust Remembrance Alliance. Foi responsável pela instalação e abertura do novo museu nacional instalado na Fortaleza de Peniche, inaugurado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Também a museóloga bombarralense Dóris Santos vai continuar como directora do Museu Nacional do Traje, tendo iniciado funções em Janeiro de 2022. Licenciada em História, mestre em Museologia e Património e doutorada em História da Arte, foi directora-coordenadora do Museu Doutor Joaquim Manso, na Nazaré, entre 2009-2021, tendo anteriormente feito parte da equipa do Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha. Dóris dos Santos é também investigadora do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-Nova), tendo como principais áreas de estudo a Museologia, a História da Arte e o Património Local.

A empresa Museus e Monumentos de Portugal anunciou ainda que as direcções dos museus nacionais dos Coches, de Etnologia, de Conímbriga e Soares dos Reis, numa escolha resultante de concursos internacionais.

Para o Museu Nacional dos Coches/Picadeiro Real, é apontada a museóloga Rita Dargent, que substitui Mário Antas, à frente da instituição desde 2021, enquanto para a direcção conjunta do Museu Nacional de Etnologia e do Museu de Arte Popular, a escolha recai no arqueólogo Gonçalo de Carvalho Amaro, que sucede ao antropólogo Paulo Ferreira da Costa, no cargo desde 2015. Nos restantes dois museus, mantêm-se os directores: o historiador António Ponte, no Museu Soares dos Reis e Casa-Museu Fernando de Castro, o arqueólogo e investigador Vítor Dias, no Museu Nacional de Conímbriga.

As escolhas para estes equipamentos de Lisboa, Porto, Conímbriga e Peniche resultam de seis concursos internacionais de um total de 37 que decorreram este ano, lançado pela Museus e Monumentos de Portugal (MMP).

Actualmente na direcção de cultura da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o arqueólogo e museólogo Gonçalo de Carvalho Amaro vai ocupar a direcção do Museu Nacional de Etnologia e do Museu de Arte Popular, em Lisboa. Licenciado em História, doutor em Arqueologia, com pós-doutoramento em Estudos do património e cultura material, desenvolveu trabalho de campo e investigação nas áreas da arqueologia, museologia, património e desenvolvimento social, e é também professor convidado na Pontificia Universidad Catolica do Chile.

Rita Dargent, actual coordenadora do Departamento de Coleções em Reserva do Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, em Lisboa, irá assumir a direcção deste museu, de cuja equipa faz parte desde 2012. Licenciada em Artes Decorativas e mestre em Museologia e Museografia, pela Faculdade de Belas Artes, Rita Dargent foi responsável pelas operações de deslocação do acervo para o novo edifício. Anteriormente, Rita Dargent trabalhara no Palácio Nacional da Pena e no Palácio Nacional de Sintra, especializando-se nas áreas de gestão, conservação preventiva, estudo e inventariação de colecções.

De acordo com a MMP, António Ponte mantém-se como director do Museu Nacional Soares dos Reis e Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto, cargo que desempenha desde Abril de 2021. Doutorado em Museologia pela Universidade do Porto, foi director regional da Cultura do Norte, director do Paço de Duques de Bragança, em Guimarães, coordenador do Museu de Vila do Conde e presidente da Fundação Côa Parque. Desenvolve ainda actividade docente no Instituto Politécnico do Porto e na Faculdade de Letras da Universidade desta cidade e é, desde 2020, vice-presidente do Comité Internacional do Conselho Internacional de Museus na área dedicada aos museus de casas históricas (ICOM - DEMHIST).

O arqueólogo e investigador Vítor Dias também continuará na direcção do Museu Nacional de Conímbriga, dando seguimento ao trabalho iniciado em Abril de 2021. Licenciado em História e doutorado em Arqueologia, desenvolveu ao longo do seu percurso profissional diversos trabalhos arqueológicos em contexto académico e de salvaguarda. Vítor Dias “associou a experiência de arqueologia de campo com o trabalho de investigação e docência, sendo professor auxiliar convidado do Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra”, refere a MMP.

Estes seis concursos, lançados entre Setembro e Outubro, contaram com um total de 48 candidatos - de Portugal, Espanha, Itália, Venezuela, Brasil e Equador -, os quais foram avaliados por júris compostos por elementos nacionais e estrangeiros, incluindo académicos, investigadores e especialistas nas áreas da cultura, património e museologia, assim como representantes de associações profissionais do sector, indica a MMP. Os mandatos dos novos directores serão exercidos em regime de comissão de serviço com a duração de três anos, até Dezembro de 2027. “Como previsto no regulamento, cada concurso ficará concluído em menos de seis meses desde o seu lançamento até à entrada em funções dos novos directores, entre Janeiro e Março de 2025, conforme comunicado a todos os candidatos e assim permitindo assegurar uma melhor execução do programa e orçamento de cada equipamento e organismo, ao fazer coincidir o início do ano civil com o primeiro ano de mandato”, assinala ainda a empresa pública. A 13 de Dezembro último, a MMP anunciou os primeiros nove resultados dos concursos internacionais para as direcções de equipamentos em Guimarães, Coimbra e Lisboa e a renovação do mandato da curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Sandra Vieira Jürgens.

No início deste ano, entrou em vigor a nova orgânica do património cultural em Portugal, com a extinção da Direcção-Geral do Património Cultural e a entrada em funções de duas novas entidades: a empresa pública MMP e o instituto público Património Cultural. De acordo com o decreto-lei que criou a MMP, publicado em Setembro do ano passado, a empresa teria até Junho deste ano para lançar os concursos internacionais para as direcções dos equipamentos que gere, apesar de, em vários casos, estas terem sido alvo de concursos recentemente. A primeira fase de concursos abriu em Agosto, para o Laboratório José de Figueiredo, para o Museu de Alberto Sampaio e para o Paço dos Duques e Castelo de Guimarães. O cronograma então divulgado previa que a decisão sobre a pessoa vencedora aconteceria até 5 de Novembro, com a entrada em funções a 15 de Novembro.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)