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Pré-triagem telefónica para grávidas antes de recorrerem às urgências do Hospital das Caldas da Rainha arranca hoje

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As grávidas que residem no Oeste, que está inserido na Região de Lisboa e Vale do Tejo, e ainda o Hospital Distrital de Leiria, terão de ligar a partir de hoje para a Linha SNS Grávida antes de recorrerem à urgência hospitalar de Obstetrícia e Ginecologia. “Este novo modelo das urgências de Obstetrícia e Ginecologia arranca assim em fase piloto com as ULS [Unidades Locais de Saúde] da Região de Lisboa e Vale do Tejo e de Leiria e será reavaliada dentro de três meses”, adianta o Ministério da Saúde, em comunicado. No caso da nossa região, segundo a ULS - Unidade Local de Saúde do Oeste, esta medida abrange as Urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha.

Este projecto-piloto poderá abranger ainda outros hospitais de diferentes regiões que manifestem interesse em participar, desde que preencham determinados requisitos. “As ULS que queiram aderir voluntariamente podem fazê-lo, o que já ocorreu com as de Gaia/Espinho [Hospital de Gaia], Alto Alentejo [Hospital de Portalegre] e Santo António [Centro Materno Infantil do Norte]. Ao final de três meses haverá lugar a uma avaliação do impacto, para que o plano possa ser estendido a todo o país”, indica a tutela. No comunicado, o Ministério da Saúde refere ainda que, a partir de Janeiro, as ULS da Península de Setúbal (Almada-Seixal, Arco Ribeirinho e Setúbal) vão também aderir. O restante calendário ainda está a ser definido e será “oportunamente divulgado”, segundo fonte da tutela.

Numa portaria publicada na sexta-feira em Diário da República, assinada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, é informado que serão colados cartazes à porta das urgências de Obstetrícia e Ginecologia a informar desta necessidade de pré-triagem telefónica, indicando que apenas serão atendidas situações urgentes e exemplos concretos desses casos que podem ocorrer durante a gravidez, nas primeiras seis semanas após o parto ou em qualquer altura da vida.

A pré-triagem telefónica deverá ser feita preferencialmente por enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, indica a portaria, acrescentando que os hospitais usarão os mesmos algoritmos da Linha SNS Grávida/Ginecologia na triagem presencial da urgência, que prevalecerá sobre a triagem telefónica. Os hospitais poderão adicionalmente criar uma pré-triagem telefónica própria, em articulação directa com a linha SNS Grávida/Ginecologia, acrescenta. Mas há excepções para situações com forte suspeita de poderem representar risco iminente de vida, designadamente a perda de consciência, convulsões, dificuldade respiratória, hemorragia abundante, traumatismo grave ou dores muito intensas.

O Governo sublinha a necessidade de adoptar medidas que promovam “uma forma racional” de canalizar a procura dos cuidados de saúde para os locais mais apropriados, retirando as situações não urgentes das urgências de Obstetrícia e Ginecologia.

A portaria estabelece ainda condições para hospitais que possam querer juntar-se a este projecto-piloto, como, por exemplo, terem consulta aberta hospitalar para situações obstétricas e ginecológicas em horário adaptável à procura, mas em funcionamento todos os dias úteis, assim como criarem um mecanismo para agendamento célere na consulta aberta hospitalar, nas consultas abertas nos Cuidados de Saúde Primários e em consultas regulares no hospital.

Esta pré-triagem telefónica já estava prevista no Plano de Reorganização para as Urgências de Obstetrícia e Ginecologia e de Pediatria apresentado em Outubro, depois de no Verão as urgências de Obstetrícia/Ginecologia e de Pediatria terem voltado a registar dificuldades de funcionamento, devido à falta de especialistas para preencher as escalas, o que levou ao encerramento parcial ou a constrangimentos nos serviços.

Num comunicado enviado ao ALVORADA, “a ULS Oeste apela à colaboração de todas as utentes, incentivando-as a contactar previamente a Linha SNS Grávida/Ginecologia antes de se deslocarem às urgências”, a partir desta segunda-feira.

Até ao final de Novembro, a ULS Oeste realizou uma média de 28 atendimentos diários na sua Urgência de Ginecologia-Obstetrícia. “Em média, 13 por cento dos episódios de urgência de Ginecologia-Obstetrícia dizem respeito a utentes que não cumprem critérios para atendimento hospitalar - triagem pouco urgente ou não urgente, com a pulseira verde ou azul”, informa o comunicado. A ULS Oeste realizou até ao final do mês passado um total de 937 partos, o que corresponde a mais 343 partos do que no total do ano de 2023, correspondendo a 2,8 partos diários realizados na ULS Oeste. Já as Unidades de Cuidados de Saúde Primários da ULS Oeste realizaram até ao final do mês de Novembro um total de 11.895 consultas de saúde materna e 23.627 consultas de saúde infantil.

Texto: ALVORADA com agência Lusa e comunicado da ULS Oeste