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Geoparque Oeste lançou primeira Rede Regional de Estações de Borboletas Nocturnas

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A primeira Rede Regional de Estações de Borboletas Nocturnas foi lançada na passada sexta-feira pelo Geoparque Oeste. A iniciativa decorreu no Centro de Interpretação da Paisagem Protegida Local das Serras do Socorro e Archeira, na Cadriceira, no concelho de Torres Vedras, no âmbito da apresentação pública dos resultados de três anos de monitorização da estação de observação de borboletas nocturnas desta área protegida. Durante a sessão, foram também dadas a conhecer algumas das espécies mais emblemáticas de borboletas nocturnas detectadas nesta área protegida que integra o Geoparque Mundial da UNESCO.

Num comunicado enviado ao ALVORADA, a Associação Geoparque Oeste (AGO) explica que a rede regional agora lançada, surge no âmbito de uma parceria inicial com a Associação de Amigos do Planalto das Cesaredas que mais tarde se estendeu à Rede de Estações de Borboletas Nocturnas de âmbito nacional, agregando consequentemente outras entidades que já desenvolviam esta actividade no território do Geoparque Oeste. Integra a totalidade do território deste Geoparque, assim como o dos dois municípios parceiros, totalizando uma área de 1600km2. Conta já com 12 estações de monitorização de borboletas nocturnas, que pelo menos uma vez por mês registam as espécies que por aqui habitam e transitam.

Os principais objectivos deste projecto passam pela recolha de dados de distribuição e ocorrência associados a um território com características próprias; monitorizar e detectar pragas; envolver as comunidades locais, entidades públicas e privadas; a recolha sistemática de dados das espécies de borboletas nocturnas (ocorrência, tempos de vôo, etc); a integração dos dados na Rede Nacional de Estações de Borboletas Nocturnas e no projecto europeu ‘European Butterfly Monitoring Scheme’; e a promoção do território enquanto destino de ciência.

Entre 2021 e 2023, esta rede regional registou a observação de mais de 9000 borboletas, sendo que destas foram identificadas 302 espécies diferentes, através da realização de cerca de 235 sessões de observação, a sua grande maioria públicas.

A rede conta já com um grupo alargado de parceiros, nomeadamente os municípios que integram o território do Geoparque Oeste, bem como os dois municípios parceiros, o INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P, a Associação dos Amigos do Planalto das Cesaredas, a Rede Portuguesa de Estações de Borboletas Nocturnas de âmbito nacional e a Syngenta Portugal.

Para o lourinhanense Miguel Reis Silva, coordenador executivo do Geoparque Oeste, este projecto é desenvolvido a pensar no futuro. “Daqui a 10 anos teremos uma base de dados que nos vai permitir estudar de forma científica e quantitativa o impacto das alterações climáticas nos ecossistemas, bem como as consequências provocadas pelas dinâmicas de espécies e número de indivíduos de borboletas nocturnas tiveram na polinização, nas pragas dos frutícolas, hortícolas, na vinha, entre outras”.

Por outro lado, com a constituição desta rede, “já hoje conseguimos ter uma noção de território, pois envolvemos e trabalhos no tratamento conjunto dos dados das 12 estações de observação e monitorização, o que permite fazer análises integradas ao nível do território do Geoparque Oeste”.

Hélder Cardoso, ornitólogo e coordenador da Rede Portuguesa de Observação de Borboletas Nocturnas acredita que este projecto “vai contribuir de forma decisiva para a comunicação e promoção desta área científica, incentivando o aparecimento de mais estações no território do Geoparque Oeste, mas também um pouco por todo o território nacional”.

Considerando que Portugal é um dos três países da Europa com trabalho “efectivo e sólido” nesta área de conhecimento, “acreditamos que este projecto pode ser um factor de atractividade de investigadores de outros países, mas também como factor motivacional para que jovens estudantes se apaixonem por esta temática e sigam a vertente universitária que lhes permita desenvolver estudos mais concretos sobre as Borboletas Nocturnas e o seu papel na preservação dos ecossistemas”.

Depois da apresentação, foi realizada uma sessão pública de observação de borboletas nocturnas na Serra do Socorro, tendo-se identificado perto de 20 espécies diferentes, em mais de 100 exemplares observados.

A AGO refere que qualquer pessoa ou entidade pode ter uma estação de observação de borboletas nocturnas e registar as diferentes espécies, através de uma aplicação móvel. Para isso basta contactar o Geoparque Oeste através do email Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Durante o presente mês o Geoparque Oeste terá disponível na sua página www.geoparqueoeste.com, informação associada a esta temática.

Texto: ALVORADA com comunicado da AGO
Fotografia: AGO