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Exposições de João Garcia Miguel e da italiana Matilde Cassani em Torres Vedras

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As exposições 'Esperou o Ano Inteiro', da artista italiana Matilde Cassani, e 'Campânula', do artista e encenador João Garcia Miguel, são inauguradas esta quinta-feira, em Torres Vedras.

Depois de ter estado em residência artística internacional no âmbito do Carnaval de Torres Vedras, em Fevereiro, Matilde Cassani dá a conhecer ao público duas instalações daí resultantes, na Casa Azul (sede da associação cultural Emerge) e no Centro de Artes e Criatividade, entre quinta-feira e 30 de Setembro.

'Esperou o Ano Inteiro' é uma “exposição que mergulha na tradição dos atributos que os homens acrescentam aos seus corpos uma vez por ano para participar no Carnaval de Torres Vedras”, refere em nota de imprensa a associação cultural.

As instalações incluem ‘festoons’ de papel, que representam a efemeridade do período do carnaval, bem como uma obra em tecido que será fixada na fachada da Casa Azul.

Com curadoria de João Silvério, a exposição “explora, nos trajes e nas adições aos corpos masculinos, possivelmente, uma forma de representar feminino, ao evocar a figura de Maria Cachucha e o seu famoso bigode”, é acrescentado.

Além disso, “explora como os trajes são uma linguagem expressiva que desafia as fronteiras do género e celebra o espírito do Carnaval de Torres Vedras”.

O título da instalação é baseado na letra da música 'Samba da Matrafona', interpretada por Susana Félix e pelos brasileiros Zeca Pagodinho e Emicida.

Como é prática da artista, que trabalha na fronteira entre arquitectura, instalação e design de eventos, “as relações culturais no espaço, onde realiza as suas intervenções, cruzam diversos meios e referências, entre o espaço público e privado, o institucional e o popular”.

Na quinta-feira é também inaugurada a exposição 'Campânula' do artista e encenador João Garcia Miguel, com curadoria de Jorge Reis, na Casa Azul, onde fica patente até 21 de Setembro.

Inspirada nos vestígios campanienses do Castro de Zambujal, um povoado fortificado do Calcolítico (3000-2000 a.C.) próximo de Torres Vedras, a mostra integra pinturas de grandes dimensões, desenhos, artefactos naturais e humanos recolhidos em viagens ao longo da sua vida, “criando um diálogo sobre a conexão cultural universal e a nossa incessante procura do desconhecido”, explica a associação.

Segundo a Emerge, “a campânula existe como símbolo de uma ideia de uma conexão universal cultural entre povos tendo como inexplicável a ideia de aparecimento do mesmo tipo de vaso campaniense em pontos geográficos diferentes, construídos para o mesmo fim, antes da era da globalização e do aparecimento das novas tecnologias de comunicação contemporâneas”.

As duas exposições são promovidas pela Emerge, uma associação cultural fundada em 2016, em Torres Vedras, com o objectivo de promover a arte contemporânea e os artistas emergentes.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Direitos Reservados (arquivo)