Câmara Municipal de Peniche inaugura centro cívico e biblioteca municipal ambicionados há duas décadas anos
- Oeste
- 09/07/2024 17:06
A Câmara Municipal de Peniche inaugura, esta quarta-feira, o edifício que vai acolher o Centro Cívico Intergeracional Professor Rogério Cação e a Biblioteca Municipal, um investimento de 3,9 milhões de euros (ME) ambicionado há 20 anos. Trata-se de um “espaço concebido para promover a convivência e a troca de experiências entre pessoas de diferentes gerações, fortalecendo os laços comunitários e oferecendo um programa diversificado de actividades culturais, educacionais e de lazer”, informou o município.
A empreitada, que conta com 20 anos e passou por três presidentes de câmara (Jorge Gonçalves do PS, António José Correia da CDU e agora o independente Henrique Bertino), tinha como objectivos reabilitar o edifício da antiga central eléctrica de Peniche, transformando-o em equipamento colectivo de uso público, e contribuir para a requalificação urbana dessa zona da cidade.
O edifício está dotado de diversos serviços, como a nova Biblioteca Municipal, o Estúdio Municipal de Dança, um auditório com capacidade para 192 espectadores, espaços expositivos e uma incubadora de empresas. Trata-se de um espaço “privilegiado de acesso ao conhecimento e de convívio entre todas as gerações, tornando acessíveis, aos seus utilizadores, informação e conhecimento de diferentes áreas”, adiantou a autarquia. Além das obras de reabilitação, o edifício foi apetrechado com sistemas fotovoltaicos para autoconsumo energético e aquecimento de águas, adoptando a eficiência energética.
A reabilitação do edifício da antiga central eléctrica custou 3,9 milhões de euros, investimento que não incluiu a aquisição de mobiliário e de equipamento informático e didáctico para o espaço. O projecto foi financiado em 2,9 ME por fundos comunitários do programa Portugal 2020 e pelo município em 982 mil euros.
A antiga central eléctrica de Peniche entrou em funcionamento a 10 de Julho de 1930, quando os candeeiros de petróleo nas casas e ruas foram substituídos pela energia eléctrica, e foi desactivada em Agosto de 1952, quando o município decidiu conceder a distribuição de energia eléctrica no concelho à Sociedade Eléctrica do Oeste (SEOL). Nas últimas duas décadas do século XX, o edifício foi sede dos serviços de Canalização, Serralharia, Higiene e Limpeza do município. No início do século XXI, face ao avanço do estado de degradação do edifício, o município viu aprovada candidatura ao Instituto Português do Livro e das Bibliotecas para aí vir a acolher a futura Biblioteca Municipal. As obras, na altura orçadas em 2ME, começaram em Junho de 2005, mas vieram a parar, sem serem concluídas, devido à insolvência do empreiteiro. Em 2017, o município lançou novo concurso público por 2,8 ME. Contudo, o projecto e o custo da obra tiveram de ser reformulados, para ter concorrentes, levando a autarquia, em Janeiro de 2020, a declarar a caducidade do concurso e a lançar um novo pelo valor de 3,5 ME. As obras recomeçaram um ano depois e ficaram concluídas no final de 2023.
Em 2022, o município decidiu atribuir ao centro cívico o nome de Rogério Cação, autarca local da CDU e presidente da CONFECOOP - Confederação Cooperativa Portuguesa, entre outras instituições, que morreu em Julho de 2021. Na ocasião, a Assembleia da República aprovou um voto de pesar pela sua morte e considerou-o uma “referência e um exemplo de dedicação às causas mais nobres da intervenção cívica e política, nomeadamente na área social e do movimento cooperativo”.
A inauguração oficial está agendada para as 10h30 com o descerramento da placa de inauguração, seguindo-se a cerimónia oficial e visita ao edifício, terminando com um porto de honra. O edifício está aberto à população para visita até às 18h00.