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Análises à água do Rio Grande pedidas pelo PSD/Lourinhã revelaram contaminação fecal

Foz do Rio Grande

O PSD/Lourinhã encomendou umas análises a um laboratório acreditado à água da foz do Rio Grande, junto à Praia da Areia Branca, que revelaram parâmetros de poluição acima do aceitável, em 480% da bactéria ‘Escherichia coli’ e 270% da bactéria ‘Esterococos intestinais’. Trata-se de espécies bacterianas normalmente presentes no intestino humano e de outros animais de sangue quente e que podem causar problemas de saúde. Em declarações ao ALVORADA, o presidente da comissão política social-democrata, Jorge Faria de Sousa, e a secretária-geral, Mafalda Taborda Lourenço, justificam esta iniciativa porque “para além das evidências visuais e olfativas um pouco por todo o concelho, e sobretudo na foz do Rio Grande na época balnear, era importante termos uma corroboração laboratorial de que este rio, tal como suspeitávamos, tem um problema sério de contaminação fecal”. Estes resultados, para os responsáveis locais do PSD, “exige que todas as forças políticas e sobretudo todos os lourinhanenses encarem com seriedade o problema e se unam no sentido de exigir e permitir soluções”.

A estrutura social-democrata lourinhanense conclui que o Rio Grande “é um ícone de poluição e, tal como o PS, um caso sério de longevidade, com sucessivos executivos indiferentes às questões ambientais e ao impacto provocado na qualidade de vida dos lourinhanenses”. O PSD/Lourinhã exige que o executivo socialista liderado por João Duarte Carvalho assuma “de uma vez por todas como prioridade suprir todas as carências, despoluindo e valorizado os ossos recursos naturais”. Este partido estima que cerca de 30% do território concelhio tenha falta de saneamento e pontas de esgotos soltas a correr para linhas de água e causando degradação ambiental e gravidade para a saúde pública. Daí que exija à Câmara Municipal da Lourinhã o investimento na melhoria e fecho da rede de saneamento básico com fecho de todas “as pontas soltas” e o levantamento “exaustivo” de todos os focos poluidores das linhas de água que “devem ser requalificadas e punidos os infractores se assim tiver que ser”.

Confrontado pelo ALVORADA com estas acusações do PSD/Lourinhã e com os resultados das análises à água junto à foz do Rio Grande, o executivo socialista desvaloriza o resultado, argumentando que “sempre que se verifique a necessidade de abertura da foz do rio grande a água balnear é monitorizada pelas mesmas entidades, de modo a verificar se o resultado se encontra dentro dos parâmetros legais, o que tem acontecido”. Em relação à gestão dos recursos hídricos do concelho, nomeadamente na época de Verão, o Município da Lourinhã esclarece que “todas as acções desenvolvidas são do conhecimento da Agência Portuguesa do Ambiente, tendo o aval da respectiva entidade. Durante a época balnear a água costeira é monitorizada pelo laboratório de referência do ambiente com acreditação e pela Agência Portuguesa do Ambiente, sendo que são efectuadas cinco análises em cada ponto de amostragem, os pontos mais próximos da foz do Rio Grande são na Praia da Areia Branca e Praia do Areal Sul, obtendo na passada época balnear resultados de qualidade de água balnear excelente”. O gabinete do presidente João Carvalho esclarece também que “a construção de uma represa temporária na foz do Rio Grande na época do Verão, tem como objectivo aumentar a área de areal da praia, mas também evitar o ‘stress’ hídrico do rio e afluentes, o que seria prejudicial para os ecossistemas adjacentes”.

Quanto aos investimentos exigidos pelo PSD/Lourinhã que permitam a requalificação ambiental das linhas de água, o executivo socialista destaca que “a autarquia tem desenvolvido nos últimos anos os procedimentos necessários à implementação de mitigação da sua poluição, através de investimentos próprios na construção e manutenção de estações elevatórias, fecho e manutenção de redes de saneamento. Apesar da necessidade de investimentos avultados, o Município da Lourinhã prevê que até 2021 se continue a aumentar, de forma progressiva, o número de habitações com ligação directa à rede de saneamento”.

Mais pormenores na próxima edição impressa do ALVORADA
Texto: Paulo Ribeiro/ALVORADA
Fotografia: Sofia de Medeiros/ALVORADA (arquivo)