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Ana Jorge lidera estudo de avaliação do Sistema de Saúde Militar a convite do Governo

Ana Jorge

A médica lourinhanense Ana Jorge vai liderar um estudo de avaliação sobre o modelo de organização do Sistema de Saúde Militar, segundo um despacho do ministro da Defesa Nacional. O ‘estudo de avaliação’ do Sistema de Saúde Militar deverá ser entregue até 31 de Maio e conter “propostas concretas” sobre o modelo de organização, capacidades do Hospital das Forças Armadas, serviços prestados, indicadores de eficiência, sustentabilidade e interação com o Serviço Nacional de Saúde, refere o despacho. O estudo será desenvolvido por Ana Jorge, ex-ministra da Saúde nos XVI e XVII governos, indica o documento assinado pelo ministro João Gomes Cravinho revelado pela agência Lusa.

Ana Jorge presidiu, antes da sua nomeação como ministra da Saúde em Janeiro de 2008, ao grupo de trabalho que elaborou um relatório sobre o Sistema de Saúde Militar que esteve na base da reforma do sector iniciada naquele ano. No ano seguinte, o Governo aprovou uma proposta para a reforma da Saúde Militar que previa a substituição dos seis hospitais militares por um único, que se veio a concretizar na criação do Hospital das Forças Armadas com dois polos, um em Lisboa e outro no Porto.

No despacho, o ministro João Gomes Cravinho indica que deve ser avaliada a adequação do modelo do Sistema de Saúde Militar e a sua sustentabilidade financeira e que devem ser propostas acções para aumentar a “atractividade do Hospital das Forças Armadas” e para "desenvolver na carreira médica, civil e militar”. João Gomes Cravinho argumentou que o Sistema de Saúde Militar “tem sido objecto, especialmente na última década, de um processo profundo de reforma” e considerou essencial fazer "um ponto da situação" do actual sistema. O modelo preconizado pelas alterações orgânicas de 2014 “apenas se encontra parcialmente implementado, constatando-se alguns desvios, entretanto verificado, ao modelo então previsto”, refere o governante.

Numa audição no Parlamento no passado dia 20 de Fevereiro, o ministro da Defesa apontou como prioridade “lançar as bases” para um sistema de saúde “mais coeso e integrado” e disse que espera ver a reforma concluída até ao final da legislatura. "Ao longo dos últimos 15 anos houve tentativas incompletas para reformas e hoje estamos numa situação de crise no sistema de saúde militar", disse o ministro, na audição parlamentar. Um relatório do Tribunal de Contas (TdC) divulgado no mês passado revelou que a dívida do Instituto de Ação Social das Forças Armadas atingia em 2017 cerca de 76 milhões de euros, dos quais 91% (69 milhões de euros) eram dívida a prestadores de cuidados de saúde do subsistema de saúde dos militares, Assistência na Doença aos Militares (ADM).

Recorde-se que Ana Jorge foi ainda presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, deputada na Assembleia da República e presidente da Assembleia Municipal da Lourinhã.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Sofia de Medeiros/ALVORADA (arquivo)