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Demissão da Mesa da Assembleia Municipal: Chega recorda que até à data a democracia sempre funcionou na Lourinhã

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O Chega/Lourinhã considera, em reacção ao comunicado da estrutura concelhia do PS, que “quem derrubou” a Mesa da Assembleia Municipal “foi o próprio PS”. Em causa está a aprovação da destituição do órgão deliberativo municipal na última sessão, que vai levar à eleição de uma nova mesa no espaço de um mês. Apresentada pelos eleitos municipais Fernanda Lopes (independente) e José Soeiro (PCP), a proposta alude à suspeição de alegada compatibilidade e conflito de interesses do presidente socialista Brian Silva e que mereceu a concordância das bancadas do PSD e CDS. O Chega, porém, votou contra, tal como presumivelmente a maioria dos membros da bancada do PS, pois o voto foi secreto.

Numa declaração ao ALVORADA, o responsável da concelhia do Chega e único deputado municipal, Paulo Sousa, justifica que não votou a favor da destituição da mesa, porque a proposta apresentada “misturou a incompetência na gestão dos trabalhos e a complacência pelo executivo com algo muito diferente, incompatibilidades profissionais e o levantamento de uma suposta suspeita sobre o presidente da mesa”. “Por serem assuntos distintos e merecedores de análises diferentes, quando colocados no mesmo voto, não era razoável votar em algo que não tem fundamento, nem é suportado por nenhuma evidência. Muito pelo contrário, alguns dos que votaram a favor, possuem muito mais razões profissionais para terem incompatibilidades. A assembleia é um órgão que vota propostas do executivo ou dos grupos que estão representados no plenário, aprova ou não através do voto da maioria”, justifica.

Mas, para o Chega, é estranho que o comunicado do PS imputa à oposição um ‘golpe de teatro’ e, ao mesmo tempo, reconheça e respeite - sem dizer quem - que três membros da sua bancada optaram por um rumo diferente sem articulação com a estrutura partidária. “A verdade é que quem derrubou esta mesa foi o próprio PS. Quando três dos seus camaradas se reposicionam, com a legitimidade democrática que lhes assiste e votam ao lado da oposição”, avalia Paulo Sousa. E acrescenta: “de facto, na política não vale tudo, mas por aqui valeu mais que tudo, traições políticas e manipulações, jogos de bastidores, promessas de manutenção de cargos e dança de cadeiras”. Daí que conclua que “temos um PS a vitimizar-se, quando foi o próprio PS que colocou na Assembleia Municipal os elementos que agora o derrotaram. Se isso vai dar votos, pode ser que sim, mas a população lourinhanense saberá analisar e julgar quem devem ser os próximos líderes”. Paulo Sousa conclui, na missiva enviada ao ALVORADA, que “certamente que há ter esperança e lugar para uma nova energia, que esteja imbuída de vontade de servir e não de se servir, ainda teremos de aguardar mais uns meses e confiar no discernimento de quem tem o poder do voto”.

Depois de ter sido destituída a Mesa da Assembleia Municipal da Lourinhã, foi depois eleita a Mesa Eleitoral, de acordo com o Regimento da Assembleia Municipal, que será agora responsável por conduzir o processo eleitoral para a eleição da nova mesa. A mesa cessante, que continua até lá em funções, reunirá na próxima segunda-feira, pelas 21h00, para acertar os pormenores da convocação da próxima sessão extraordinária da Assembleia Municipal, que terá de reunir no espaço de um mês.

Texto: ALVORADA