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Associação Maria Matos - Espaço Memória honra legado de Horácio Mateus através dos vídeos 'O Ferrador' e 'O Petrolino'

video horacio mateus

No âmbito da celebração dos 40 anos do Museu da Lourinhã, a Associação Maria Matos - Espaço Memória, convida a ver ou rever os vídeos ‘O Ferrador’ e ‘O Petrolino’, testemunhos da paixão e conhecimento de Horácio Mateus, sócio fundador desta instituição lourinhanense.

‘O Ferrador, por Horácio Mateus’: https://youtu.be/Rk0HeyAkHAo

O Património Cultural Imaterial é um testemunho vivo das tradições, dos saberes e das memórias que moldaram a identidade da nossa sociedade. Na vila da Lourinhã e arredores, este legado perdura nas palavras e nos relatos daqueles que viveram e testemunharam ofícios e práticas que, outrora essenciais, foram sendo substituídas pelo avanço dos tempos. Horácio Mateus, sócio fundador do Museu da Lourinhã, deixou-nos um valioso espólio de memórias, perpectuando um conhecimento que, de outra forma, se perderia nas brumas do tempo. Neste episódio, gravado a 18/03/2013, damos destaque ao ‘Ferrador’, uma figura central na vida rural dos primórdios do século XX. Falar do ferrador é evocar a forja incandescente, o fole que aviva as brasas, a bigorna onde o ferro ganha forma e o tronco onde os animais eram preparados para a ferragem. Era um tempo em que bois, cavalos, burros, mulas e machos desempenhavam um papel crucial nas actividades agrícolas e nos trabalhos do quotidiano. O ferrador, com a sua perícia e conhecimento, assegurava que esses animais estivessem aptos para as árduas tarefas que lhes eram destinadas, sendo uma profissão de enorme importância na economia e na vida da comunidade. Horácio Mateus conduz-nos através do minucioso processo da ferragem, desde a preparação do ferro até à colocação das ferraduras, sempre com a mestria de quem conheceu de perto esta arte. Para além da dimensão técnica, relembra os ferradores que marcaram o início do século XX na Lourinhã, traçando um retrato vívido de uma época onde o saber fazer passava de geração em geração. Através das suas histórias, revisitamos um tempo em que a relação entre homem e animal era de profunda cumplicidade, e onde cada ferradura moldada na bigorna representava o sustento de muitas famílias. Este registo não é apenas uma homenagem ao ferrador, mas um tributo à memória colectiva de uma terra e de um povo. Graças a estes testemunhos, garantimos que o conhecimento e as histórias do passado continuem a ecoar no presente e a inspirar as gerações futuras.

‘O Petrolino, por Horário Mateus’: https://youtu.be/EdggT8H0w-A

Nos caminhos e estradas de terra percorriam os petrolinos as aldeias do concelho da Lourinhã, num passado onde o tempo se media pelo trote compassado de machos ou mulas. Há cerca de um século, uma profissão humilde, mas essencial, moldava o pulsar da nossa sociedade: a dos petrolinos. Estes homens, verdadeiros pilares da nossa sociedade, percorriam caminhos sinuosos, muitas vezes enlameados, levando consigo a vida em forma de bens essenciais. De carroça carregada, enfrentavam os desafios da natureza, onde por vezes a lama soterrava a carroça, exigindo a força de vários homens para libertar o animal, a carroça e a carga. A vida do petrolino não era fácil. O sol causticante do Verão e o frio e chuvas do Inverno eram companheiros constantes. No entanto, a sua dedicação e resiliência garantiam que os bens essenciais chegassem a cada lar, a cada família da nossa aldeias. Horácio Mateus, filho de um desses petrolinos da Lourinhã, personifica a alma desta profissão. Ele, que acompanhava o pai nas suas jornadas, guarda na memória as histórias e os ensinamentos de um tempo em que o trabalho era árduo e a ligação à terra eram a essência da vida. Hoje, os petrolinos são mais do que uma memória. São um símbolo do nosso património cultural imaterial, uma herança que nos liga às nossas raízes e nos recorda a importância de valorizar as profissões que moldaram a nossa identidade. Este vídeo é uma homenagem aos petrolinos da Lourinhã, a todos os homens e mulheres que, com o seu trabalho árduo e dedicação, construíram a nossa sociedade.

Texto: ALVORADA com informação e imagem da Associação Maria Matos - Espaço Memória