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DIÁSPORA-COVID-19: testemunho de António Ângelo, do Toxofal de Baixo, residente na Suíça

antonioangelo

Como está a viver a Diáspora da Lourinhã este novo tempo, em que o centro das atenções é a pandemia da Covid-19? O ALVORADA iniciou a partilha de testemunhos de vida dos emigrantes lourinhanenses que se encontram espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Neste tempo difícil que todos atravessamos, com uma pandemia que reduz ao máximo o contacto entre todos, queremos desta forma manter bem vivo o que nos une. Queremos contribuir para que quem esteja longe, fique mais perto de nós, na Lourinhã.

Partilhe e, caso tenha algum familiar e amigo que queira que o contactemos, para aqui deixar o seu testemunho, envie-nos mensagem pelo nosso Facebook ou para o endereço electrónico Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

Fique em segurança. Cuide de si e dos outros!

Este 37º testemunho é de António Gabriel da Silva Ângelo, de 67 anos, nascido no Toxofal de Baixo e residente em Versoix, na Suíça. Está emigrado há 37 anos e é segurança internacional no aeroporto de Genebra. Foi eleito desde 2011, conselheiro municipal e presidente do Concelho de Versoix.

Estou confinado em quarentena desde o dia 18 de Março, data em que regressei de Portugal, onde me desloco várias vezes por ano. Mesmo à conta. Os dias passam depressa. Saímos quando queremos, mas sempre salvaguardados com máscara ou viseira. A situação é grave. Este inimigo é de respeito. Mas sem pânicos. Medo? Sim. Do retorno. Duma eventual recaída ou agravamento de situação. Nem aqui nem aí critico as medidas impostas ou recomendadas. Mas que vai ser muito difícil o futuro próximo, isso ninguém deve ignorar.

Neste momento na Suíça temos 27.900 casos confirmados. O mesmo fenómeno que se verifica em muitos outros países de pacientes com outras patologias que não recorrem nem às urgências nem a tratamentos desde que a Covid-19 foi declarada. A Suíça não declarou estado de emergência, mas recomenda fortemente o confinamento sobretudo a pessoas de mais de 65 anos. Mas como sempre os Cantões “latinos” não acatam as recomendações com tanto rigor. O após pandemia é temido não somente pelo problema económico, como também por uma eventual epidemia 2. Quando somente uma pequena % da população foi infectada, maior é o risco de uma 2a vaga de contágio.

Muitos estabelecimentos reabrem as portas dia 27. O receio de estarmos ainda em plena epidemia é manifestado por muitos. Mas a economia também pesa muito no prato da balança. A Suíça também está muito dependente de tomadas de decisões dos países vizinhos. Economia sobretudo.

Em casa somos três. A minha filha teletrabalha por conta de um departamento do Estado. Nós os dois vimos passar o tempo no jardim, que tem sido muito clemente, diga-se. Passeios pelo bosque. Compras para a casa, mas sempre com as precauções que nos são recomendadas.

Espero que as fronteiras se abram de novo para dar uma bela escapada à Lourinhã. Saudades apertam. Brevemente penso regressar definitivamente à minha aldeia do Toxofal.