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DIÁSPORA-COVID-19: testemunho de Paula Cristina Nogueira, de Ribamar, residente na Holanda

paulacristinanogueira

Como está a viver a Diáspora da Lourinhã este novo tempo, em que o centro das atenções é a pandemia da Covid-19? O ALVORADA iniciou a partilha de testemunhos de vida dos emigrantes lourinhanenses que se encontram espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Neste tempo difícil que todos atravessamos, com uma pandemia que reduz ao máximo o contacto entre todos, queremos desta forma manter bem vivo o que nos une. Queremos contribuir para que quem esteja longe, fique mais perto de nós, na Lourinhã.

Partilhe e, caso tenha algum familiar e amigo que queira que o contactemos, para aqui deixar o seu testemunho, envie-nos mensagem pelo nosso Facebook ou para o endereço electrónico Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

Fique em segurança. Cuide de si e dos outros!

Este 21º testemunho é de Paula Cristina Nogueira, de Ribamar e residente em Roterdão, na Holanda. Florista de profissão, está emigrada há quatro anos e vive com Luís Alfaiate, também de Ribamar.

Olá, eu sou a Paula Cristina Nogueira, sou de Ribamar, mas neste momento estou a viver na Holanda e a trabalhar na área das flores, onde faço bouquets de flores à mão para uma empresa de supermercados da Holanda e da Bélgica. Neste momento não estou a trabalhar devido ao surto do coronavírus, pois o ramo das flores não faz parte do grupo de bens essenciais, embora a Holanda seja conhecida por ter flores mas só tem tulipas, o resto das flores são importadas por meios terrestres e aéreos e neste momento está parado.

A situação aqui é muito grave com mais mortes e infectados que em Portugal. Neste momento já faleceram 2.936 pessoas de Covid-19 e 22.000 estão infectadas. O Governo está a fazer o melhor que pode neste momento, mas na minha opinião podia fazer mais, já devíamos ter medidas mais drásticas.

Há muita gente que continua a trabalhar, nem todos os trabalhos podem ser feitos como teletrabalho, como o caso do trabalho do Luís. Ele sai todos os dias para ir trabalhar, onde trabalha muita gente, não há medidas duras como em certos países, que na minha opinião também já agiram tarde. Claro que tenho receio, estou assustada, ainda vejo muitas pessoas na rua, estamos em países nórdicos em que o Inverno tem muita durabilidade e faz frio e assim que vem sol vai tudo para a rua, o que não pode acontecer, e as pessoas ainda não perceberam no perigo para eles e para os outros.

Só a semana passada é que fecharam as escolas.

Já circula na internet um pedido para voltarmos a pedir ao Governo para agir o mais rápido possível e fazer pressão para o Primeiro-Ministro agir. Como nós sabemos infelizmente a economia manda mais e a Holanda é um país pequeno mas tem quase o dobro da população de Portugal e tem muitas nacionalidades e há muitas pessoas que ainda não viram a realidade.

Se não houverem medidas drásticas vai ser desgastante e vão haver muitas mais mortes.

Os supermercados já estão a ficar vazios, é muito assustador o que estamos a viver, ter de ir às compras uma vez por semana, porque isto é uma guerra em que o inimigo é invisível, mau e poderoso.

Quero deixar uma mensagem ao meu país e à minha terra - Ribamar e Atalaia, minha terra natal, que eu amo muito, e só quem é imigrante é que conhece este sentimento: fiquem em casa por favor! Por vós e pelos vossos familiares. Encarem a realidade, pois o mal não bate só há porta dos outros, estamos todos na mesma bola, chamada Mundo! A situação é muito complicada!

Beijinhos para todos. Um por todos e todos por um. Para brevemente os vossos imigrantes poderem voltar de férias e ao país que tanto amam. Protejam-se!