Sismo registado em Portugal não teve ocorrências junto da Protecção Civil do concelho da Lourinhã
- Categoria: Lourinhã
- 26/08/2024 12:29
O sismo ocorrido esta madrugada em Portugal teve uma intensidade máxima de IV/V na escala de Mercalli, ou seja, graus entre moderada a forte, e já teve quatro réplicas, segundo o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Segundo o Município da Lourinhã, “não foram registadas quaisquer ocorrências pelo Serviço Municipal de Protecção Civil e pelos Bombeiros Voluntários da Lourinhã”.
De acordo com o IPMA, “até ao momento foram registadas quatro réplicas de pequena magnitude, não tendo nenhuma delas sido sentida pela população”, refere a instituição pública em comunicado, acrescentando que o sismo de magnitude de 5,3 na escala de Richter foi registado às 5h11 nas estações da Rede Sísmica do continente, com epicentro a cerca de 60 quilómetros a Oeste de Sines. “Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV/V (escala de Mercalli modificada) na região de Sines, tendo sido sentido com menor intensidade na região de Setúbal e Lisboa”, refere o IPMA. As réplicas tiveram magnitudes de 1,2, 1,1, 0,9 e 1,0.
Um sismo com intensidade IV, considerada moderada, tem uma “vibração semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada duma bola pesada nas paredes”, também há casos em que os “carros estacionados balançam”, as janelas, portas e loiças tremem, segundo o IPMA. “Os vidros e loiças chocam ou tilintam. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem”, acrescenta o IPMA.
Com intensidade V, considerada forte, os efeitos podem sentir-se fora de casa, caso ocorra durante a noite pode acordar as pessoas, “os líquidos oscilam e alguns extravasam”, explica o IPMA. “Pequenos objectos em equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados. As portas oscilam, fecham-se ou abrem-se. Os estores e os quadros movem-se. Os pêndulos dos relógios param ou iniciam ou alteram o seu estado de oscilação” quando de regista uma intensidade de V.
Sismo foi teste real às capacidades de resposta segundo Governo
O primeiro-ministro em exercício, Paulo Rangel, disse hoje que o sismo foi um teste real às capacidades de resposta no caso de uma catástrofe, destacando também a necessidade de se falar em estratégias de prevenção.
“Aproveitamos a reunião (…) para olhar para isto como um teste real à nossa capacidade de reposta no caso de uma catástrofe real”, afirmou Paulo Rangel em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião na Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro em exercício considerou que o abalo sísmico permitiu verificar como os “meios estão ou não em prontidão”. Paulo Rangel adiantou que durante a reunião foram abordadas as estratégias de prevenção. “Sobre aquilo que são os planos que estão já testados e vistos há muito tempo, que têm de ser constantemente actualizados e renovados, e portanto houve aqui alguma projecção para o futuro no sentido de preparar as estruturas portuguesas, a protecção civil, nacional e regional, e a população em geral para termos capacidade de resposta”, disse.
Questionado sobre o eventual resultado desse teste, o ministro disse fazer uma “avaliação muito positiva quanto à capacidade de resposta, à prontidão da resposta, à forma como a informação circulou”. Paulo Rangel não disse, no entanto, se há ou não aspectos a melhorar e quais, salientando apenas que em eventos desta natureza é possível “olhar ponto por ponto para todos os factores críticos” de uma resposta necessária a uma catástrofe natural. “Tudo será revisto, vamos aos vários pontos e trabalhar. Na legislação portuguesa antissísmica houve já uma evolução muito grande, mas também é importante ver se no terreno ela é executada e cumprida com rigor”, apontou, salientando também a importância da educação e a preparação da população sobre as regras a seguir neste tipo de situações.
O ministro aproveitou para felicitar a Protecção Civil pela forma “altamente profissional com que reagiram nos primeiros minutos” para garantir que, em caso de necessidade, todos os meios estavam activos e em prontidão e congratulou-se pelo facto de não haver vítimas. Paulo Rangel disse ainda que o primeiro-ministro Luís Montenegro tem sido permanentemente informado e está a par de toda a situação.