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Oeste tem dois polos na nova Rede Nacional de Inovação para a Agricultura 20|30

Maria do Ceu Albuquerque

A Região Oeste conta com dois polos de investigação na Rede de Inovação da Agenda de Inovação da Agricultura 20|30, que foi hoje apresentado pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, no Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, em Nelas. O Polo de Inovação de Alcobaça (Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade) integra a rede de seis estruturas para a fruticultura, enquanto que o Polo de Dois Portos - Torres Vedras (onde funcionou a Estação Vitivinícola Nacional) pertence ao grupo de cinco para a área da vinha e do vinho/espumantes. Apesar de ser uma região onde a actividade hortícola tem uma grande expressão, o Oeste não foi contemplado com nenhum centro de investigação dedicado a estudar este segmento da agricultura nacional, tendo sido reservados os quatro polos da horticultura para Vairão (Vila do Conde), Coimbra, Oeiras e Alvalade do Sado (Santiago do Cacém).

Esta Rede de Inovação, composta por 24 polos, distribuídos por todo o país, vai procurar, segundo o Governo, “transformar o conjunto de estruturas dispersas e desarticuladas do Ministério da Agricultura que existem, numa rede consolidada, coerente, moderna, e orientada para as necessidades do setor agrícola e agroalimentar nacional”. Muitas destas estruturas integram o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P. (INIAV), o o Laboratório de Estado, da área de competências da agricultura, que desenvolve actividades de investigação nas áreas agronómica e veterinária. A rede de polos vaitrabalhar “cadeias de valor e valorização de produtos endógenos” como a fruta, o vinho, vinha e espumante, o olival e azeite e a horticultura, os cereais, as leguminosas, a produção animal e pastagens e forragens.

A sessão de hoje contou também com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e, ainda, do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, em representação do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Esta Rede de Inovação, vai ainda contribuir para reforçar o ecossistema nacional de investigação e inovação agrícola e agroalimentar, promovendo a modernização, a digitalização, a competitividade e a sustentabilidade do setor agroalimentar. Visa também criar uma estrutura de proximidade, muito orientada para a transferência de conhecimento e de tecnologia, que satisfaça, em simultâneo, as necessidades das grandes explorações mais competitivas e das pequenas explorações agrícolas familiares.

“A Rede de Inovação vai promover as dinâmicas locais e regionais relacionadas com a agricultura e áreas conexas, favorecendo a fixação de pessoas em territórios de baixa densidade, a valorização dos recursos endógenos e da produção nacional e do desenvolvimento integrado”, refere em comunicado o Ministério da Agricultura. A Rede de Inovação tem por objectivo, ainda, aumentar a eficácia, a eficiência e o impacto das infraestruturas científicas e tecnológicas do Ministério da Agricultura, mas modernizando as que integram a Rede, maximizando sinergias e complementaridades com outras estruturas do ecossistema de inovação (Institutos Politécnicos, Universidades, Laboratórios Colaborativos, Centros de Competências, empresas com atividades de investigação e desenvolvimento).

Recorde-se que o Ministério da Agricultura detém um conjunto de estruturas “de grande relevância para Portugal aptas para a investigação aplicada, desenvolvimento experimental e demonstração”, dispersas por todo o país, mas que estão, muitas delas, degradadas, obsoletas e “com uma actividade desalinhada com os desafios e necessidades da agricultura de hoje”. Estas estruturas apresentam-se como estações experimentais, laboratórios, estruturas piloto e infraestruturas de conservação e valorização dos recursos genéticos nacionais destinados à alimentação, “mas a ausência de uma visão integrada desta rede, associada à falta de uma definição clara das linhas estratégicas para a agricultura nacional conduz a que a rede actual tenha, hoje, um impacto insuficiente na modernização e preparação para os grandes desafios (digitalização, alterações climáticas, descarbonização, desenvolvimento dos meios rurais) das fileiras agroalimentares nacionais”.

A Rede de Inovação hoje apresentada procura, segunda a governante titular da pasta da Agricultura “desenvolver a actividade de Investigação e Inovação, a formação e transferência de conhecimento e tecnologia, a promoção do empreendedorismo de base rural e a valorização dos recursos endógenos”. Maria do Céu Antunes explicou também na sessão que esta rede “tem como foco desenvolver as Cadeias de Valor e a valorização dos Recursos Endógenos e foca-se em várias fileiras da agricultura portuguesa: fruticultura, na vinha, no vinho e no espumante, no olival e no azeite, na horticultura, nos cereais, nas leguminosas, na produção animal, nas pastagens e nas forragens”.

Esta Rede de Inovação procura ainda desenvolver um conjunto de grandes iniciativas emblemáticas transversais, desde os ‘Territórios Sustentáveis’, a ‘Revitalização das zonas rurais’, a ‘Mitigação’ e a ‘Agricultura Circular’, a ‘Adaptação às alterações climáticas’, a ‘Alimentação Sustentável’ (com a promoção da dieta mediterrânica), a ‘Agricultura 4.0’, ‘Uma só saúde’ e a ‘Transição Agro Energética’.

Texto: ALVORADA
Fotografia: Direitos Reservados