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Habemus Papam!

O Espírito Santo é o grande protagonista da vida da Igreja. O livro dos Actos dos Apóstolos, que durante os 50 dias da Páscoa escutamos na liturgia, refere a sua presença constante na acção dos discípulos de Jesus. Ele é o dom de Cristo Ressuscitado, a garantia que a Igreja experimenta de que apesar de ser constituída por pessoas frágeis e débeis é animada pela força do alto, pela acção constante do próprio Deus na pessoa do Espírito Santo.

Para quem olha a vida apenas numa dimensão horizontal, se orienta a partir dos critérios humanos e das capacidades que dispõe, este olhar transcendente sobre a existência é algo que é difícil de compreender e aceitar. Mesmo aqueles que se alienam nas teias da superstição, ou da panóplia imensa de ofertas de “religião alternativas” como as bruxarias, os horóscopos e outras tais, acham impossível que esta acção da Graça Divina possa mesmo acontecer. Mas a verdade é que se a Igreja se mantém neste mundo ao longo de 2000 anos de história é porque Deus a sustenta pela acção do Espírito para que a Vida do seu Filho possa salvar os homens de todos os tempos até ao Dia do Senhor em que seremos um só com Ele.

Nestes últimos dias podemos constatar como a Igreja é de facto animada pelo Espírito Santo. A eleição do Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma que preside na caridade à Igreja Universal, foi um acontecimento acompanhado com expectativa e esperança por muitos, porque depois do fumo branco e do Habemus Papam aquele que apareceu na varanda da Basílica de São Pedro é, para quem acredita no mistério da Igreja, o que O Senhor escolheu: agora o nosso Papa Leão XIV.

O Cardeal Robert Francis Prevost não fez campanha, não se candidatou ao lugar, certamente não se considerava o mais capaz para a missão, mas foi o eleito de Jesus, e os Cardeais, reunidos em conclave, conduzidos pelo Espírito Santo, de forma muito mais rápida do que era antecipado, reconheceram a escolha que Deus tinha feito, e o elegeram para conduzir a “Barca de Pedro”. A certeza de que esta escolha é divina faz com que a Igreja viva este acontecimento com uma alegria contagiante. A todos nos foi dado a conhecer as maravilhas do Amor de Deus reveladas no Evangelho de Jesus e delas somos chamados a ser testemunhas.

O Santo Padre aceitou a missão de ser o Sumo Pontífice, o construtor de pontes, o garante da unidade da Igreja dispersa pelo mundo, e como pudemos escutar nas suas primeiras palavras, aquele que proclama, como Jesus, a Boa Notícia da Paz, a certeza da presença de Cristo Vivo e Ressuscitado no meio de nós. Certamente ele vem na senda de grandes Papas que o Senhor tem concedido à sua Igreja, mas o seu magistério é de ser Sucessor de Pedro, ou seja, cumprir a missão que o Apóstolo recebeu de Jesus. Ele é o servo dos servos de Deus, na medida que serve a Cristo e como Ele dá a sua vida pela Igreja inteira e pelo mundo.

A Igreja reconhece o Bispo de Roma como pai na fé, por isso o chama de Papa, porque acredita que é através do seu ministério que o próprio Cristo conduz o Povo de Deus. O Papa Leão XIV é certamente o pastor que a Igreja necessitava neste momento tão desafiante da história da humanidade. O Senhor é fiel, jamais nos abandona e sempre providencia para nós a abundância das suas graças. Unidos a Ele na oração sempre veremos as maravilhas que faz no meio de nós. Na Páscoa deste Ano Jubilar vivemos dias repletos de sentimentos e de espanto: a partida para o Céu do amado Papa Francisco e o dom desejado do novo Sucessor de Pedro cuja presença e palavra são desde já um sinal de esperança que nos anima e conforta. Escutemos de novo as suas primeiras palavras:

Deus nos ama, Deus vos ama a todos, e o mal não prevalecerá! Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos de mãos dadas com Deus e uns com os outros, sigamos em frente! Somos discípulos de Cristo. Cristo vai à nossa frente. O mundo precisa da sua luz. A humanidade precisa d’Ele como ponte para poder ser alcançada por Deus e pelo seu amor. Ajudai-nos também vós e, depois, ajudai-vos uns aos outros a construir pontes, com o diálogo, o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo sempre em paz”.

Pe. Ricardo Franco
Edição 1391 - 16 de Maio de 2025