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Ministra “sensível” às preocupações dos pescadores sobre parques eólicos no mar

barcos de pesca II

A ministra da Agricultura e da Alimentação garantiu, hoje, que está a acompanhar “com muita sensibilidade” as preocupações dos pescadores sobre a criação cinco de áreas para parques eólicos no mar nacional.

As associações de pesca rejeitam a implementação destes projectos de energia renovável flutuante, entre Viana do Castelo e Sines, por o sector não ter sido ouvido e por comprometer a actividade das embarcações, mas Maria do Céu Antunes garantiu atenção para que “ninguém saia lesado”.

Há uma discussão pública em curso, e o que quer o Governo é acomodar todos os sectores da actividade económica e social, para que ninguém saia lesado. Acompanhamos com muita sensibilidade todas as questões que dizem respeito ao sector de pesca”, disse a governante, à margem de uma visita à fábrica de conservas A Poveira, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

A ministra apontou que haverá, em breve, uma reunião com representantes do sector da pesca, mas disse ainda não ter “dados técnicos e científicos para atestar uma posição”. “Espero, sinceramente, que os trabalhos que estão a ser feitos tragam essas respostas, com base nos estudos técnicos. Não queremos que ninguém fique sem trabalho”, vincou Maria do Céu Antunes.

Em causa está a consulta pública da proposta de criação de cinco áreas de exploração de energias renováveis no mar, ao largo de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines, que começou a 30 de Janeiro e termina a 10 de Março.

Na quinta-feira, no final de uma reunião em Peniche, 18 associações da pesca, contestaram estes projectos, temendo que tenham um impacto directo na sua actividade. As associações queixam-se que o possível encerramento das áreas de pesca para a ocupação de parques de energia renovável, eólicos e outros foi feito “nas costas dos pescadores”, que, alertaram, não fizeram parte de um grupo de trabalho representativo de todos os interesses no mar criado para o efeito.

A pesca, que é o maior utilizador e cuja actividade económica depende da utilização desses pesqueiros ou de parte significativa desses pesqueiros, não foi tida em consideração”, disse à agência Lusa Pedro Jorge Silva, presidente da Associação dos Armadores da Pesca Industrial, que integra o Movimento Associativo da Pesca Portuguesa. “Estamos a falar de 320 mil hectares e obviamente que isto vai impactar e muito com a pesca e não houve o cuidado de ter este diálogo”, sublinhou o dirigente. Segundo as associações, metade das 4.000 embarcações licenciadas poderá ver a sua actividade “inviabilizada” e deixar comprometida parte das 200 mil toneladas de pescado capturadas por ano.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)