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Lourinhã integra rede de emergência de postos de combustíveis para a greve de 12 de Agosto

Posto de Combustivel

O posto de combustíveis do Intermarché da Lourinhã é um dos 310 postos que integram a rede de emergência criada pelo Governo para enfrentar a greve marcada para 12 de Agosto e que foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM). Na região Oeste integram esta rede de emergência publicada pela Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE) 16 postos distribuídos pelos concelhos de Alcobaça (3), Bombarral (1), Caldas da Rainha (3), Nazaré (1), Peniche (1) Alenquer (1), Lourinhã (1), Sobral de Monte Agraço (1) e Torres Vedras (4).

Tal como se verificou na última greve convocada pelo SNMMP, os concelhos de Óbidos, Cadaval e Arruda dos Vinhos voltam a não ser contemplados com um posto de combustíveis para responder às necessidades dos consumidores, se for declarada a situação de crise energética. No concelho do Bombarral foi escolhida a bomba do Intermarché; nas Caldas da Rainha, as bombas do Leclerc, Repsol (EN 360 - Águas Santas) e Galp (Rua Infante D. Henrique); em Peniche está contemplada a bomba da BP; e em Torres Vedras três bombas da Galp (ligação à A8, EN 9 e A8).

Nestes postos de emergência cada viatura só poderá abastecer 15 litros de combustível, tal como aconteceu na última greve dos motoristas de matérias perigosas. Portos, aeroportos e veículos prioritários dos bombeiros e forças de segurança têm condições especiais no acesso aos combustíveis, estando garantido pelo Governo segurança reforçada para o cumprimento das regras por parte da GNR e PSP. Haverá ainda escolta policial aos camiões cisternas para que possa ser garantido o abastecimento dos postos que estão incluídos na rede publicada pela ENSE, de forma a garantir que não falte o fornecimento de combustíveis.

Entretanto, o ministro Adjunto e da Economia disse que “todos” devem estar preparados para os “transtornos” da greve dos motoristas de mercadorias, sobretudo porque decorrerá num período de férias e de incêndios. “Temos todos de preparar-nos para a ocorrência de uma greve que trará seguramente transtornos para os portugueses, sobretudo num período de férias, num período crítico em termos de emergência e protecção civil, como é uma época de fogos”, disse Pedro Siza Vieira, reforçando que “pode haver transtornos muito significativos”. “Estamos a preparar-nos para minimizar os transtornos mas não podemos ignorar que eles vão ocorrer”, acrescentou.

Pedro Siza Vieira considerou ser importante “manter a tranquilidade, evitar acessos rápidos e muito bruscos aos postos de abastecimento” e garantiu que o Governo está a fazer “todos os preparativos nas várias áreas” para assegurar que o impacto da greve será minimizado. O ministro considerou que o impacto da greve “é muito pouco compreensível”, uma vez que no centro das exigências dos dois sindicatos independentes que marcaram a paralisação estão reivindicações salariais apenas para daqui a dois ou três anos.  “É pouco compreensível que os ganhos significativos que já foram conseguidos [na anterior negociação] possam ser postos em causa por causa de uma reivindicação salarial a propósito de 2021 ou 2022”, defendeu Siza Vieira.

Segundo adiantou o governante, no acordo celebrado há uns meses, “as empresas fizeram grandes cedências”, pelo que agora será difícil ou “praticamente impossível” que as empresas voltem a ir ao encontro do exigido pelos sindicatos. “Esta greve não visa obter ganhos negociais, os ganhos negociais possíveis já foram feitos”, afirmou o ministro, acrescentando que só em 2021 e 2022 poderá haver condições para avaliar as reivindicações dos sindicatos relativas a esses anos.

Questionado sobre a possibilidade de o Governo avançar para uma requisição civil, Siza Vieira explicou que a mesma só é decretada se os trabalhadores em greve não respeitarem os serviços mínimos. Os trabalhadores que não o fizerem “incorrem em crime de abandono de funções”, afirmou.

Recorde-se que os sindicatos propunham serviços mínimos garantidos de 25% em todo o país, enquanto a Associação Nacional de Transportadores de Mercadorias (ANTRAM) propunha 70%, não tendo chegado a acordo, pelo que cabe ao Governo fixar os valores.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)