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Burger King quer comprar à Ibersol restaurantes da marca em Portugal e Espanha

Burger King Lourinha

A Ibersol informou estar a analisar uma proposta de compra, por 230 milhões de euros, dos restaurantes Burger King que detém em Portugal e Espanha apresentada pela Restaurant Brands Ibéria, que gere a marca naqueles países.

“Na sequência de notícias vindas a público, a Ibersol confirma que lhe foi dirigida pela Restaurant Brands Iberia uma proposta não vinculativa para a potencial aquisição dos restaurantes da insígnia ‘Burger King’ da propriedade da Ibersol no território português e espanhol”, lê-se num comunicado enviado pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo avança, a proposta recebida “avalia indicativamente os referidos restaurantes com um ‘enterprise value’ de 230 milhões de euros, numa base ‘cash and debt-free’, e encontra-se sujeita a um conjunto de pressupostos e condições”. Entre estes, estão a realização de um processo de ‘due diligence’ financeira e legal confirmatória e a obtenção de autorizações internas e de financiamento externo por parte do comprador. “Tal proposta não vinculativa está a ser analisada pelo Conselho de Administração da sociedade e oportunamente será dado conhecimento ao mercado dos desenvolvimentos subsequentes deste processo”, refere a Ibersol.

O anúncio oficial desta proposta de compra acontece dias depois de o Burger King ter rescindido o contrato com a Ibersol para o desenvolvimento da marca em Portugal, invocando incumprimento na abertura e remodelação de restaurantes, numa decisão que a cotada portuguesa considerou "injusta e desajustada".

Numa nota divulgada no passado dia 5 ao mercado, a Ibersol garantiu que “analisará com os seus assessores as implicações decorrentes” desta rescisão “e tomará as medidas julgadas necessárias para proteger os seus interesses”. Segundo explicou na altura, a Burger King (BK) Portugal comunicou-lhe “a sua decisão de rescindir o contrato de desenvolvimento da marca Burger King em Portugal, invocando o incumprimento da obrigação de proceder à abertura de dois restaurantes e à remodelação de três restaurantes no ano de 2021 (para além dos 12 restaurantes inaugurados e das sete remodelações concretizadas em 2021)”.

Adicionalmente, a Burger King informou “ter posto termo às conversações com vista à renegociação do aludido contrato de desenvolvimento”, embora “sem prejuízo da sua disponibilidade para analisar propostas de construção de novos restaurantes por parte da Ibersol e de autorizar essa construção, se tal vier a ser considerado vantajoso do ponto de vista dos interesses da marca”. O contrato de desenvolvimento permitia que a Ibersol construísse mais 27 novos restaurantes durante os anos de 2022 e 2023.

Para a Ibersol, “a decisão tomada pela Burger King Portugal é injusta e desajustada, em particular porque a conclusão dos referidos dois restaurantes e a remodelação de outros três será concretizada até 30 de Abril”. Quanto aos contratos de franquia dos 119 restaurantes da insígnia Burger King de que a Ibersol é proprietária no território português, “continuam válidos e vigentes”, garantindo a empresa que “continuará a operar tais estabelecimentos com o melhor standard de serviço e qualidade”.

A ‘Burger King’, muitas vezes abreviado como BK, é uma rede de restaurantes especializada em ‘fast-food’, fundada nos Estados Unidos da América por James McLamore e David Edgerton, que abriram a primeira unidade em Miami, Flórida. Está também presente na região Oeste, detendo restaurantes na Lourinhã, Torres Vedras e Caldas da Rainha, estando previsto que em breve abra também uma nova unidade de restauração em Peniche.

A Burger King na Lourinhã surge na sequência do acordo assinado em 2018 entre a Burger King Portugal e a Ibersol, tendo aberto as portas em 2020. Na altura foi anunciada a criação de 25 postos de trabalho. O restaurante foi concebido segundo o conceito ‘Prime’ do Burger King Portugal, tem uma área de 394 m2 e está decorado para criar um ambiente rústico. Com capacidade para 110 pessoas, o restaurante tem mesas comunitárias num espaço de refeições aberto e áreas mais pequenas com separadores.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: BK