Covid-19: Inquérito revela que metade das empresas do Oeste tem falta de liquidez
- Economia
- 09/02/2021 12:53
Mais de metade das empresas na região Oeste afirma não ter liquidez suficiente para se manter sustentável e admite recorrer ao ‘lay-off', revelam os resultados de um questionário feito ao tecido económico da região. Segundo o último barómetro promovido pela AIRO - Associação Empresarial da Região Oeste, com questionários recolhidos até ao passado dia 3, 53% das empresas inquiridas afirma que a sua actual liquidez não permite manter-se sustentável nos próximos meses. O risco de não cumprir com obrigações e responsabilidades fiscais aumentou de 17%, no último barómetro de Setembro, para 31%.
De Setembro para Fevereiro, as empresas em ‘lay-off' aumentaram de 1% para 10%, enquanto as que se mantêm a laborar, adoptando medidas de contingência, baixaram de 64% para 30% devido ao prolongamento da pandemia e ao novo confinamento. Entre as empresas inquiridas, 52% admite necessitar de recorrer ao ‘lay-off', quando em Setembro eram 16%.
Desde o primeiro confinamento em 2020, 59% das empresas não conseguiu recuperar o volume de negócios que tinha antes da pandemia, uma situação agravada pelo novo confinamento desde meados de Janeiro de 2021. São 36% dos inquiridos estimam que vão perder volume de negócios na ordem dos 80% a 100%, podendo ficar em risco de sustentabilidade e viabilidade, enquanto 14% estimam uma perda entre os 60% e os 80%.
O prolongamento da pandemia e o apertar das restrições contribuíram na nossa região para aumentar o número de empresas afectadas pela crise, de 25% para 36%. Para 41% das empresas inquiridas, a actual receita é a mais baixa desde que iniciaram a actividade. Já 37% reconhece que está em risco de encerrar as portas, 22% assume um risco moderado e 3% já fechou a actividade. No período do Natal, apenas 17% registaram aumentos na facturação.
Perante as dificuldades, muitas reinventam-se e apostam nas redes sociais, no comércio digital, em novos produtos, na diversificação da oferta, em novas estratégias comerciais, em novas formas de organização, como nas áreas da logística e tecnológica, e na sua reestruturação. Contudo, quando questionadas sobre os resultados do negócio ‘online', 74% afirma que não registaram um crescimento da sua actividade contra 26%. A maioria das empresas diz estar pouco confiante em relação às medidas de apoio do Governo (58%) e refere que os apoios actuais são insuficientes para suprir as necessidades de liquidez das empresas (66%). Responderam ao questionário da AIRO 102 empresários, mas só foram validadas 95 respostas.
Citando dados do IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional, a AIRO concluiu que o desemprego quase duplicou, havendo no final do último trimestre de 2020 11.021 desempregados na região, quando eram 7.351 no período homólogo de 2019.
Texto: ALVORADA com agência Lusa