Volta a Portugal - Edição Especial apresentada hoje passa pelo Oeste
- Desporto
- 21/09/2020 19:11
A Volta a Portugal Edição Especial Jogos Santa Casa, que vai realizar-se entre 27 de Setembro e 5 de Outubro, com passagem pela região Oeste, foi hoje apresentada, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, na presença dos parceiros e patrocinadores do evento. O clima geral foi de regozijo pela realização desta competição ciclística em condições tão difíceis. Todas as intervenções destacaram a coragem e o empenhamento da Federação Portuguesa de Ciclismo para colocar a iniciativa na estrada, e agradeceram a confiança e o apoio de todos os parceiros e patrocinadores que tornam possível a realização.
Tal como o ALVORADA já tinha informado, a sexta etapa, no dia 3 de Outubro, vai correr-se em terras oestinas, ligando Caldas da Rainha a Torres Vedras, com passagem ainda pelos concelhos de Alcobaça, Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã. No concelho lourinhanense, o pelotão rolará por estradas da zona sul, nomeadamente pela EM 563, passando por Campelos, Casal das Campainhas, Cabeça Gorda, entroncando na EN8-2 a Carrasqueira em direcção à Marteleira. Um pouco antes cruzará pela Estrada de Vale Vite até ao Vimeiro, passado pelo Toledo, regressando ao território do concelho torriense e entrado na Maceira, Porto Novo, Santa Cruz e, no final, o itinerário levará os ciclistas a Torres Vedras.
A cerimónia realizada esta manhã deu a conhecer as camisolas oficiais da competição e os respetivos patrocinadores: Camisola Amarela Jogos Santa Casa - Classificação Geral Individual; Camisola Vermelha Cofidis - Classificação por Pontos; Camisola Branca e Vermelha Fidelidade - Classificação da Montanha; e Camisola Branca IPDJ - Classificação da Juventude.
O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, recordou que a instituição que dirige só organizou a Volta a Portugal 21 vezes, a última das quais há 39 anos, salientando que a instituição federativa assume a dianteira organizativa nos momentos mais complexos. “A resiliência e o espírito de sacrifício são valores de sempre do ciclismo e dos ciclistas. Numa corrida, quando as dificuldades aumentam e os corredores começam a ficar para trás, aparece o carro-vassoura, que os alicia a desistir. Mas o verdadeiro ciclista resiste o mais possível à tentação da desistência. Organizar a Volta em 2020 é ir beber nesses valores de resiliência e de recusa do abandono”, frisou o responsável. Delmino Pereira agradeceu o apoio recebido “da Presidência da República, do Governo e da RTP, que estiveram desde a primeira hora com a Volta de 2020”, reconhecendo ainda o mérito de todos os demais patrocinadores e parceiros.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, representou o Governo na cerimónia, frisou que “o trabalho notável da Federação para não deixar cair o desejo de impedir que 2020 fosse um ponto negro na História da Volta, evento mítico que está no coração de todos os portugueses”. João Paulo Rebelo afirmou “todo o orgulho no contributo do Governo, mas também na solidariedade de todos os parceiros envolvidos”.
As autarquias, pilares essenciais de uma realização com forte pendor de envolvimento do território e das suas gentes, estiveram representadas por Raul Cunha, presidente da Câmara Municipal de Fafe, local de partida da Volta, no próximo dia 27, e por Fernando Medina, edil de Lisboa, cidade de fecho da competição, no dia 5 de Outubro. O anfitrião da cerimónia de hoje saudou a FPC “pela coragem e determinação na organização da Volta, porque a resposta à pandemia não passa pelo cancelamento, pela desistência. A resposta tem de ser a adaptação, a criatividade”. O autarca fafense assinalou que “o ciclismo está em alta - todos ouvimos falar nas bicicletas esgotadas! – e é um desporto com baixo risco de contágio. Temos de fazer um esforço para manter a vida, sempre com todos os cuidados para salvaguardar a saúde. Fafe considera muito importante participar na Volta, que é um excelente veículo para promover o território”.
Grande parte da promoção territorial, da divulgação das marcas e da comunicação da corrida vive das transmissões em directo, que se mantêm em 2020. “O ciclismo é desporto, país, regiões, património, natureza. E é um ritual que reúne milhares de pessoas no terreno e milhões através da rádio e da televisão. A Volta a Portugal deste ano é muito especial e vai ficar na memória de todos nós”, sublinhou o presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis. Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, representou os patrocinadores do evento nas intervenções desta manhã. “Se em condições normais já faz sentido a associação entre a Santa Casa e a Volta, neste ano faz muito mais. É uma relação que nos honra muito. A nossa participação é um agradecimento à FPC, às equipas e a todos os ciclistas”, concluiu o patrocinador da camisola amarela da Volta a Portugal Jogos Santa Casa.
A Volta a Portugal Edição Especial Jogos Santa Casa será disputada, entre 27 de setembro e 5 de outubro, por 15 equipas e um total de 105 corredores. Dez formações serão portuguesas e as restantes vêm de fora.
Volta a Portugal com pelotão de 15 equipas
As nove equipas continentais portuguesas têm na Volta o principal objectivo do ano, esperando-se forte protagonismo das formações Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel, Aviludo-Louletano, Efapel, Feirense, Kelly-InOutBuild-UDO, LA Alumínios-LA Sport, Miranda-Mortágua, Rádio Popular-Boavista e W52-FC Porto. A representação nacional estará ainda a cargo da Equipa Portugal. Será uma selecção nacional maioritariamente composta por corredores sub-23, num elenco que visa dar uma oportunidade e um palco de excelência a ciclistas de equipas de clube portuguesas e a jovens corredores nacionais que representam equipas estrangeiras e que, em 2020, devido à pandemia, viram os respectivos calendários fortemente condicionados.
O pelotão vai ainda contar com cinco equipas estrangeiras, todas de categoria ProTeam, o segundo patamar internacional, logo a seguir ao WorldTour. Entre os conjuntos convidados estão a ProTeam mais cotada no ‘ranking’ mundial, a francesa Team Arkéa-Samsic, 12.ª da hierarquia internacional. O português José Azevedo vai dirigir na Volta a Portugal Edição Especial Jogos Santa Casa outro conjunto gaulês, Nippo Delko Provence. De Espanha chegam a Burgos-BH e a Caja Rural-Seguros RGA. A Rally Cycling está já a estagiar em Portugal e vai representar os Estados Unidos da América no pelotão voltista.
A situação pandémica e a necessidade de tomar todas as medidas de mitigação de riscos, levaram a Federação Portuguesa de Ciclismo a decidir ter um pelotão com menos 20 por cento de corredores do que os presentes na Volta a Portugal de 2019. Por esse motivo, não foi possível aceder aos pedidos de participação de mais duas formações ProTeam e de quatro continentais.
De Fafe a Lisboa são nove dias de Volta
A edição de 2020 da Volta a Portugal começa em Fafe, no dia 27 de Setembro, e termina em Lisboa, no dia 5 de Outubro. Entre a ‘sala de visitas do Minho’ e a capital do país, o pelotão vai percorrer 1183,9 quilómetros, distribuídos por um prólogo e oito etapas.
Tudo começa com uma luta contra o cronómetro, um prólogo de 7 quilómetros, em Fafe. Os contrarrelogistas, os homens que aspiram à camisola amarela final e os velocistas que se adaptam a contrarrelógios curtos são os principais candidatos na jornada inaugural.
A primeira etapa é a mais longa da competição, fazendo uma travessia de este para oeste, ligando, numa viagem de 180 quilómetros, o transmontano concelho de Montalegre, terra-natal de Acácio da Silva, ao monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo. A meta, coincidente com um prémio de montanha de terceira categoria, promete emoção, num local em que os favoritos à geral têm de estar na frente, embora, por vezes, haja ‘sprinters’ que aguentam o ritmo e conseguem desfeiteá-los.
A segunda etapa é uma das tiradas decisivas. Começa em Paredes e termina, depois de ultrapassados 167 quilómetros, no monte Farinha, junto à ermida de Nossa Senhora da Graça, em Mondim de Basto. A subida para a meta, de primeira categoria, é antecedida por duas montanhas de quarta categoria, Rebordosa (km 11,6) e Velão (km 110,7), e duas de primeira, Serra do Marão (km 96) e Barreiro (km 131,7). Os velocistas deverão ter uma oportunidade no final dos 171,9 quilómetros da terceira etapa, entre Felgueiras e Viseu.
Segue-se mais uma jornada provavelmente determinante para as contas da classificação geral. A tirada nº4 tem apenas 148 quilómetros, mas vai provar que a distância não é tudo. Os corredores partem da Guarda para chegarem ao ponto mais alto de Portugal Continental, a Torre. A meta, coincidente com um prémio de montanha de categoria especial, será alcançada pela vertente que muitos consideram a mais exigente da Serra da Estrela, a subida de 20,2 quilómetros desde a Covilhã, com passagem pelas Penhas da Saúde. A escalada de segunda categoria nas Penhas Douradas (km 72,5) e a subida de terceira categoria em Sarzedo (km 111) completam a ementa montanhosa do dia.
A quinta etapa dará nova hipótese de vitória aos ‘sprinters’, isto se houver equipas com interesse em pegar na corrida para impedir uma fuga de vingar. A partida será em Oliveira do Hospital, um dos concelhos mais assíduos no itinerário da Volta na última década, e a chegada em Águeda, terra de bicicletas e importante pólo da indústria velocipédica portuguesa. A viagem de 176,3 quilómetros tem outro momento simbólico, quando a caravana passar junto ao Centro de Alto Rendimento de Anadia, em Sangalhos, a menos de 20 quilómetros do final.
O cinquentenário da primeira vitória de Joaquim Agostinho na Volta a Portugal será comemorado na sexta etapa da corrida, um périplo de 155 quilómetros na região Oeste, entre as Caldas da Rainha e Torres Vedras. O terreno ondulado e o vento, que muitas vezes se sente na nossa região, vão exigir atenção redobrada a quem pretenda manter intactas as aspirações à conquista da Volta.
Loures, onde a República foi declarada um dia antes do resto do país, a 4 de outubro de 1910, assinala a efeméride com o arranque da sétima etapa, que terminará em Setúbal, ao cabo de 161 quilómetros. A meta, na Avenida Luísa Todi, é um belo cenário para uma chegada ao ‘sprint’, mas a subida de segunda categoria na Arrábida, a 13,4 quilómetros da chegada, é um convite às movimentações dos candidatos à vitória na Volta a Portugal. Em 2017, com um final de corrida semelhante a este, logo na primeira etapa, ficou encontrado o restrito lote de candidatos à vitória final.
No dia em que se celebram oficialmente 110 anos da Implantação da República Portuguesa, Lisboa vai coroar o vencedor da Volta a Portugal de 2020. O dono da camisola amarela será encontrado no final do contrarrelógio de 17,7 quilómetros, que parte da Avenida Ribeira das Naus para chegar na Praça do Comércio, depois de percorridas algumas das artérias mais simbólicas da zona ribeirinha e da baixa da cidade.
Percurso
27 de Setembro - Prólogo: Fafe - Fafe, 7 km (CRI)
28 de Setembro - 1.ª Etapa: Montalegre - Santa Luzia (Viana do Castelo), 180 km
29 de Setembro - 2.ª Etapa: Paredes - Senhora da Graça (Mondim de Basto), 167 km
30 de Setembro - 3.ª Etapa: Felgueiras - Viseu, 171,9 km
1 de Outubro - 4.ª Etapa: Guarda - Torre (Covilhã), 148 km
2 de Outubro - 5.ª Etapa: Oliveira do Hospital - Águeda, 176,3 km
3 de Outubro - 6.ª Etapa: Caldas da Rainha - Torres Vedras, 155 km
4 de Outubro - 7.ª Etapa: Loures - Setúbal, 161 km
5 de Outubro - 8.ª Etapa: Lisboa - Lisboa, 17,7 km (CRI)
Números: 3 etapas com final em montanha: Santa Luzia, em Viana do Castelo, terceira categoria, Senhora da Graça, em Mondim de Basto, primeira categoria, e Torre (Covilhã), categoria especial. 17 contagens de montanha: 1 de categoria especial, 3 de primeira categoria, 3 de segunda, 4 de terceira e 6 de quarta. 24,7 quilómetros de contrarrelógio: 7 no prólogo e 17,7 na oitava e última etapa. 180 quilómetros: distância da etapa mais longa, a primeira. 1183,9 quilómetros: distância total a percorrer ao longo de um prólogo e oito etapas.