Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Estudo coordenado por paleontólogo da Lourinhã investigou extinção dos mamíferos em Portugal

Octavio Mateus e Dario Lopez

Um novo estudo da Universidade Nova de Lisboa, que integrou o paleontólogo lourinhanense Octávio Mateus, concluiu que quase metade dos mamíferos extinguiram-se em Portugal e o número chega a dois terços para mamíferos de grande porte. “A biodiversidade actual de mamíferos, é apenas uma fracção do que foi há um milhão de anos atrás. Das 77 espécies de mamíferos fósseis em Portugal apenas 41 (54%) ainda existem hoje no território, tendo 19 espécies desaparecido localmente, como a hiena e 11 extinguiram-se totalmente, como o elefante-antigo, Palaeoloxodon antiquus”, refere o estudo divulgado esta terça-feira.

Este é o resultado de um censo e revisão do conhecimento científico sobre os mamíferos fósseis de Portugal que saiu da tese de mestrado em paleontologia na Universidade Nova de Lisboa de Darío Estraviz López, que defendeu esta segunda-feira a sua tese com 19 valores: “O registo fóssil dos mamíferos de Portugal é excelente! Muito completo e informativo, sobretudo devido à presença de fósseis em grutas”, afirma o investigador em comunicado

O paleontólogo Octávio Mateus, da Universidade Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã, que orientou o estudo, adiantou que “há menos de um milhão de anos existiam espécies ancestrais de rinocerontes, elefantes, hipopótamos e leopardos em Portugal, todas extintas hoje. Este padrão de extinção dos mamíferos é semelhante ao resto da Europa e um milhão de anos é muito rápido em termos geológicos”. Esta extinção coincide com a proliferação da população humana. E embora a causa não seja provada, um fémur de elefante-antigo, presente no Museu Geológico, em Lisboa, evidencia que “uma marca de um utensílio de pedra mostra que, neste caso, a causa da morte daquele elefante em particular é a caça por humanos”.

Foi mediante uma extensiva análise bibliográfica, que compilou 212 trabalhos científicos de 33 jazidas em Portugal continental, que permitiram catalogar fósseis de 174 espécies de répteis, anfíbios, aves e mamíferos terrestres. Estas são algumas das principais conclusões da 25ª tese de Mestrado em Paleontologia, que resulta de uma parceria entre a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade de Évora.

Texto: ALVORADA
Fotografia: Direitos Reservados