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Moita dos Ferreiros recebe sessão pública sobre transferência da farmácia para a Lourinhã

Farmacia Moita dos Ferreiros

Foi agendada para esta noite de quarta-feira, a partir das 20h30, uma sessão de esclarecimento à população sobre a transferência da Farmácia Correia Mendes para a vila da Lourinhã. O encontro, que decorrerá no edifício sede da Junta de Freguesia da Moita dos Ferreiros, contará com a presença da presidente do executivo desta autarquia, Rosário Bento, e do presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, João Duarte Carvalho. O anúncio desta sessão foi feito pelo Município da Lourinhã através da sua página no Facebook e da sua página oficial na internet.

A mudança da farmácia da vila moitense para a sede do concelho é um assunto polémico, tendo recebido o parecer positivo da Câmara Municipal mas, no seio do órgão executivo, teve os votos contra dos três vereadores do PSD. Os autarcas social-democratas Vanda Oliveira, António Antunes e Hernâni Santos consideram que esta decisão vai colocar em causa o que está estabelecido na lei, ou seja, a necessidade de salvaguardar a acessibilidade das populações aos medicamentos, a sua comodidade, bem como a viabilidade económica da farmácia. “A transferência da farmácia da Moita dos Ferreiros para a Lourinhã causa exactamente o oposto ao que a lei estipula, pois a população da Moita dos Ferreiros ficará desprotegida, distanciada e por vezes impedida do acesso a medicamentos. Quanto à viabilidade económica da farmácia em questão, os indicadores económicos/comerciais mencionam que os resultados foram crescentes em 2017 comparativamente com o ano anterior”, justificam os vereadores do PSD.

Para os eleitos social-democratas há ainda outra questão que esta transferência vem suscitar: poderá colocar em causa a sua própria viabilidade económica bem como das três farmácias instaladas na sede do concelho. ”A prestação de serviço (das farmácias) oferecido à população é suficiente, será sim relevante o prejuízo pessoal para cada habitante da freguesia da Moita dos Ferreiros, ao ver reduzido o acesso aos cuidados de saúde a que têm direito, principalmente numa freguesia em que a população é maioritariamente idosa”, argumentam os vereadores da oposição. Por outro lado, justificam o seu voto contra porque a lei, para salvaguardar as populações, “deu legitimidade às autarquias para, através do seu parecer prévio, protegerem o seu território e o interesse dos seus munícipes no que se refere a transferências de localização de farmácias”.

O ALVORADA tentou recolher uma explicação sobre esta decisão junto do presidente João Duarte Carvalho mas, no comunicado entretanto publicado, é referido que “a Câmara Municipal prestará esclarecimentos à comunicação social, por escrito, e apenas após a sessão” que está agendada para esta noite.

Tal como já tínhamos também noticiado, a transferência da Farmácia Correia Mendes para a Lourinhã é contestada pela Assembleia de Freguesias da Moita dos Ferreiros que, reunida em sessão extraordinária, aprovou por unanimidade uma moção em que sublinha a “total rejeição e profundo desagrado” desta decisão. Segundo o documento que foi enviado ao ALVORADA, os autarcas social-democratas e socialistas desta Junta de Freguesia destacam que foi com “total espanto que tomámos conhecimento desta situação já consomada através da deliberação do INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), sem qualquer consulta à população desta freguesia, ignorando totalmente esta assembleia e o executivo desta Junta”. A autarquia moitense considera que não estão cumpridos os critérios legais que permita a transferência da farmácia desta vila para a sede do concelho. “A transferência desta farmácia implicará a perda de um serviço de proximidade, obrigando a uma deslocação de 13 km até à farmácia mais próxima”, destaca a moção.

A empresa proprietária da Farmácia Correia Mendes pretende transferir-se da Moita dos Ferreiros para a Lourinhã para ficar localizada no novo edifício Lourisaurus, em construção na Avenida António José de Almeida, junto à rotunda, para aí abrir o seu estabelecimento dotado com o conceito ‘farmadrive’, ou seja, com a possibilidade de aquisição de produtos pelo consumidor sem sair da sua viatura.

Texto e fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA